[English version below]
Voei de Paris para Doha. Estava com receio do que fazer
quando chegasse no Aeroporto Internacional de Doha, no Catar, pois era o
primeiro lugar em que faria uma conexão e que eu talvez precisasse de algum
visto. Mas fiquem tranquilos: voar pela Qatar Airways é simplesmente uma
tranquilidade só. Não é necessário passar pela imigração para poder fazer a
conexão. Os passageiros com a passagem com borda amarela, que era o meu caso,
vão para uma área específica do aeroporto para pegar o próximo voo. Quem fica no
Catar tem passagem de outra cor (azul) e vão com o ônibus do avião para o
desembarque.
Aguardei meu voo para Índia, feliz da vida por que a
internet nesse aeroporto é de graça. E de graça é uma ótima palavra quando você
está num processo de segurar grana.
O Aeroporto Internacional Indira Gandhi é uma sutil mistura
de organização com bagunça. Tinha um funcionário tirando todas as malas da
esteira, enquanto obviamente a minha não vinha, a gente tinha que ficar olhando
naquela montanha de malas se a nossa estava ali. Por fim encontrei minha
mochila, fiz uma troca de libras e euros e saímos do aeroporto em busca de um
taxi.
A estação de trem já havia sido um choque pra mim. Muito
antiga, muito suja, com muita gente, pobreza, crianças pedindo dinheiro. Pela
janela do trem via passar casas e mais casas que se confundiam com o lixo
acumulado ao seu arredor. A falta de saneamento básico nos arredores de Delhi,
obrigam os moradores a usar a beira da estrada como seus banheiros, e em 3
horas de viagem foi isso que ví pela janela daquele trem.
Aeroporto Internacional de Doha - Catar |
Passagem amarela, para quem vai fazer conexão em Doha. |
Peguei o voo para Delhi, que não é muito longe e no avião
conheci um indiano que iria para uma cidade próxima a Delhi para agradecer ao
seu Deus o emprego que ele tinha conseguido na Qatar Airways. El eperguntous e eu queria ir com ele e eu respondi: "por que não?".
Chegando na Índia, aquele medo normal de passar pela imigração.
O cara do guichê perguntou se eu havia tomada a vacina de febre amarela,
mostrei o cartão internacional grampeado no final do meu passaporte, ele olhou
o visto e carimbou minha entrada (confira maiores informações sobre visto para Índia no post Entre Vacinas, Vistos e Vacas - Parte 2)
Minha tentativa de arrumar uma roupa pra ir visitar os templos. |
O destino era a estação de trem Nizamuddin, que fica uns
25km do Aeroporto. Essa estação é a que tem a maioria dos trens que vai sentido
sul de Delhi, para as famosas cidades de Vrindavan (onde eu estava indo) e Agra
(Onde fica o Taj Mahal).
Pegamos o taxi, e ao chegarmos na estação, como não tínhamos
passagem, o meu então amigo indiano foi arrumar com o “jeitinho indiano” que
sinceramente nada difere do nosso “jeitinho brasileiro”. Era umas 6:30 da manha
quando entramos no trem de classe sleeper sentido Vrindavan.
No trem havia uma família, a propósito, várias famílias. Na
nossa “cabine” tinha um casal jovem com uma neném e o que me parecia serem os
pais da moça. Todos iam alegremente conversando em hindi e eu olhando pela
janela.
Autorickshaw por dentro! |
Chegamos a estação de Mathura, a mais próxima de Vrindavan. Mathura é uma das 7 cidades sagradas do hinduísmo, Vrindavan é onde acredita-se ser o lugar onde o
deus Krishna cresceu.
E pela primeira vez entrei dentro do famoso autorickshaw,
aqueles carrinhos engraçados de 3 rodas. Chegamos no hotel e passamos o dia
inteiro visitando milhares de templos. A maior dica para essa cidade é a
seguinte: segure seus óculos por que todos os macaquinhos vão tentar roubá-los
de você! Eu estava com meu óculos de grau, e toda hora alguém me falava pra
tirar. E eu ficava na cabeça pensando que um macaquinho míope ia arrancar ele
de mim!
Com certeza o que rolou no primeiro dia foi aquele choque
cultural dos mais tensos. Vrindavan é uma cidade muito pobre e extremamente
religiosa. Toda a movimentação do local gira em torno dos templos. E lá é o
lugar – segundo meu amigo indiano – onde você vai ver mais pavões na Índia.
Existe uma estrada onde em cada árvore ficam diversos pavões gritando uns para
os outros numa conversa magnífica da natureza.
No dia seguinte voltamos à estação de trem para retornarmos
para Delhi e eu seguir o meu caminho inicial: Bangalore, no sul da Índia. E a
frase que me marcou naquele dia foi dita pelo o indiano: “Demorei 23 anos da
minha vida para pisar nesse lugar a primeira vez. No seu primeiro dia de Índia,
você está aqui. Tenha certeza que não é a toa...”
Mal sabia eu, que depois de 54 dias me apaixonaria
profundamente por esse país.
[English version]
India, I'm here! From Delhi to Vrindavan.
[English version]
India, I'm here! From Delhi to Vrindavan.
I flew from
Paris to Doha. I was afraid of what to do when I arrived in Doha International
Airport in Qatar. It was the first place that I would make a connection and that
I might need a visa. But everything was ok: flying Qatar Airways is just
restful. It is not necessary to go through immigration in order to make the
connection. Passengers with a yellow border crossing, which was my case, go to
a specific area of the airport to catch the next flight. Who is landing in
Qatar have another color (blue) and go with the bus to the landing place.
I waited
for my flight to India, happy because the internet in the airport is free. And
for free is a great word when you're in the process of saving money.
I took the
flight to Delhi, which is not far from Doha and met an Indian who would go to a
city near Delhi to thank his God that he had gotten a job in Qatar Airways. He
asked if I would go with him and I answered: “why not?”
I arrived
in India, with that normal fear to pass through immigration. The guy at the
counter asked if I had taken the yellow fever vaccine, and I showed the
international card clipped at the end of my passport, he looked at the visa and
stamped my entry (check out more information about visa for India in the post
Between Vaccines, Visas and Cows - Part 2)
The Indira
Gandhi International Airport is a subtle mix of organization and mess. It was
an employee taking all the bags of the mat, we had to look at that mountain of
luggage if our was there. Finally I found my backpack, I made an exchange of
pounds and euros and we left the airport searching of a taxi.
The
destination was the Nizamuddin railway station, which is about 25km from the
airport. This station is the one that has most of the southbound train going
from Delhi to the famous cities of Vrindavan (where I was going) and Agra
(Where is the Taj Mahal).
We took the
taxi, and arrived at the station,we didn’t have tickets, then my Indian friend found
some in an "Indian way" which honestly no different from our
"Brazilian way". It was 6:30 in the morning when we entered in the sleeper
class of the train to Vrindavan.
On the
train there was a family, by the way, several families. In our
"cabin" was a young couple with a baby and what seemed to be the
girl's parents. All were chatting in Hindi and I was looking out the window.
The train
station had been a shock to me. Very old, very dirty, with many people,
poverty, children asking for money. Through the window of the train I saw
passing through houses and more houses that could be confused with the garbage
around. The lack of sanitation around Delhi, forcing residents to use the
roadside as their bathrooms, was what I saw for the 3 hours trip.
We reached
Mathura station, the closest of Vrindavan. Mathura is one of the seven sacred
cities of Hinduism, and Vrindavan is believed to be the place where god Krishna
grew up.
For the
first time I enter in the famous autorickshaw, those funny three wheeled cars/taxis.
We arrived at the hotel and spent the day visiting thousands of temples. The
biggest tip for this city is as follows: hold your glasses! All monkeys will
try to steal them from you! I was with my glasses, and every time someone told
me to take it out. And I was thinking that a shortsighted monkey would take it
from me!
Certainly
what happened in the first day was a culture shock. Vrindavan city is very poor
and very religious. Everything there happens around the temples. And there is
the place - according to my Indian friend - where you will see more peacocks in
India. There is a road where every tree has many peacocks screaming at each
other in magnificent conversation of the nature.
And best of
all was knowing that where there is a peacock, Krishna is there ...
The next
day we returned to the train station to return to Delhi and I follow my way:
Bangalore, southern India. And the phrase that struck me that day was told by
the Indian: "It took me 23 years of my life to step into this place the
first time. On your first day in India,
you're here. Make sure, it’s not just an accident... "
I would
never know that after 54 days I'd fall deeply in love with this country.
Que maravilha!!! vou a Índia agora em novembro e pretendo por Vrindavan no nosso roteiro!!! abraços!
ResponderExcluirQue maravilha!!! vou a Índia agora em novembro e pretendo por Vrindavan no nosso roteiro!!! abraços!
ResponderExcluir