[English version soon]
Cheguei em
Delhi pela manhã, mas tudo numa correria só! Desci com meus amigos couchsurfers
no ponto do ônibus e logo pegamos o carro para seguir para Agra. Tinha apenas
mais 2 dias na Índia e era o que faltava fazer: visitar o Taj Mahal. A viagem
até a cidade de Agra dura cerca de 3 horas.
Chegando lá
fomos direto comprar as entradas para o Taj – indiano paga apenas 10 rúpias,
mas estrangeiro 750. Nessa época do ano é MUITO quente na Índia (Junho).
Véspera da chegada das monções, em Agra fazia calorosos 47 graus, com sensação
términa de boca do vulcão!
Entramos no
Taj Mahal com um guia, amigo do meu amigo couchsurfer. Ele foi contando a
história da obra, quando atravessamos uma passagem que era possível já ver o
Taj Mahal. Parece de mentira. Uma pintura no céu. Magnífico. Não existe foto
que traduza a perfeição que é o Taj. De todos os lados que você olha, é a mesma
coisa, totalmente simétrico. A única coisa assimétrica são os túmulos do Shah
Jahan e da princesa Mumtaz Mahal. Na verdade o Taj era só pra ela, o corpo dele
veio depois, por isso a assimetria.
Uma coisa muito interessante foi que, quando estava entrando no Taj, o guia disse que eu era uma pessoa muito sortuda. Perguntei o porquê e ele me explicou que os túmulos expostos são réplicas dos verdadeiros. Os verdadeiros abrem por 2 dias e meio a cada ano. Adivinha? O túmulo verdadeiro estava aberto quando eu estava lá! O guia disse que não entrava na sala – que fica abaixo da réplica – havia 20 anos. Meus amigos indianos também viam o túmulo verdadeiro pela primeira vez. Mais uma vez, tinha dado uma sorte daquelas!
Depois de
rodar todo o Taj e de cantar timidamente Taj Mahal do Jorge Bem em frente à
construção, saímos correndo para almoçar em algum lugar com ar condicionado.
Seguimos de
volta para Delhi e no dia seguinte fomos às compras de souvenirs. Dica máster:
vá com um indiano. Ele vai negociar tudo pra você e você vai levar muita mais
por muito menos!
Ao final do
dia era hora de arrumar a mala e me despedir. No dia seguinte peguei o voo com
a passagem de 14 horas em Doha, no Qatar. Deixo aqui o que escrevi no dia em
que fui embora da Índia.
Por todos os cantos
que passei, a pergunta era: “e aí, o que você está achando da Índia?”. E a
minha resposta era sempre a mesma: “Louca e fantástica”.
Quando decidi ir para a Índia, não tinha ideia do que iria encontrar. Me
assustei no primeiro
dia. E depois vivi emoções tão diversas que não sei se em outro lugar do mundo
que poderia viver.
É o contraste entre a pobreza, a riqueza. A modernidade e processos antigos.
Gente, muita gente. Às vezes confusão, empurra-empurra, mas ninguém te olha
feio. Barulho, pessoas falando mais de 20 línguas diferentes.
E a natureza, o coração puro, a ajuda. Encontrei anjos pelo caminho, jamais
teria conseguido ir tão longe sozinha.
A Índia é uma terra de energia forte, mistério, alegria, cor. Mas também é a
terra de corrupção. A cada casa que passava tinha mais certeza que o câncer
desse país era o mesmo que o do meu.
A Índia que eu vi, foi a Índia de verdade. Um país lindo, prisioneiro dos seus
políticos que vivem dentro de suas mansões.
Depois de quase 2 meses, me sentindo parte dessa nação, posso dizer que a Índia
que eu vi, com todos os seus problemas, é a Índia que eu me apaixonei e levo no
coração.
E quando me despeço desse país com um sincero “até logo”, a única coisa que
posso dizer é: Obrigada Índia. Por mostrar sua essência, por me fazer melhor.
"Thank you India
Thank you terror
Thank you disillusionment
Thank you frailty
Thank you consequence
Thank you thank you silence"
Mais uma
vez e para sempre: obrigada a todos que fizeram esse sonho real. Um dia eu
volto!
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