A gente se conheceu logo quando eu cheguei na Hungria, lá pelo dia 30, ou menos que isso. Demorou um
tempão para a amizade surgir, mais
pela falta de oportunidade, mas o universo traz sempre o melhor. Não é de
surpreender saber que foi na fila para pegar café grátis na cafeteria nova da empresa que
a gente se reencontrou. Falou grátis, a
gente está lá! Descobri que ele já
trabalhava ali havia quase 2 anos e eu estava no meu segundo mês. A amizade de cafezinho acabou
crescendo e quase todos os dias a gente ia almoçar
junto e todas as festas e cuidar um do outro passou a ser parte da rotina.
O problema – ou a
parte boa – é que a partir daí a
gente começou também a comprar as ideias absurdas que
surgiam na nossa cabeça
criativa.
No meu dia 450 na Hungria, saímos de
festa e nos esbarramos em uma balada e seguimos no final da noitada para a tal
after party na casa dos nossos amigos. Eu, obviamente, dormi em certo momento
porque minha bateria já tinha
acabado. Eventualmente, ele me acordou para irmos embora. Era já hora do almoço e a ideia era realmente cada um ir cada um para sua casa
descansar, mas já na rua a pergunta foi: “Vamos para a Praça dos Heróis? ”
Ok, Praça dos
Heróis: um dos pontos turísticos mais famosos de Budapeste,
fica um pouco mais afastado do centro. Um monumento com zero coisas para fazer
depois de uma noitada.
E adivinha minha resposta? “Vamos! ”
E lá fomos
nós! Em um dia de neve, pega transporte,
pula na poça de neve semi derretida, cai
no chão. Quando chegamos lá, cantamos na praça, gravamos uns vídeos para o acervo da vida e seguimos
para o Parque da Cidade, que fica logo atrás. Estava
todo coberto de neve e ele me convidou para fazer o primeiro boneco de neve da
minha vida. Foi um sucesso, pela minha memória
deveria ter uns 15 centímetros
ou menos e foi apelidado carinhosamente de snowmanzinho <3
O inverno de 2017 foi considerado o mais frio na Hungria de décadas. Enfrentamos -20 graus e um mês de janeiro difícil de acordar para ir trabalhar. O
rio Danúbio congelou e aparentemente
a última vez que isso aconteceu foi 20
anos atrás.
O incrível é que apesar disso eu nem senti aquele
mês passar, aconteceram tantas coisas
boas que eu nem consigo listar. Uma delas foi a parceria infalível do Elian, o autor das ideias de
jerico que eu sempre compro. Às vezes
dou risada quando as pessoas me perguntam sobre viver na Hungria e lembro
dessas histórias. Poderia dizer muitas
coisas, mas fico com essa: eu não sei
como seria sem o Elian, mas se tem algo que tenho certeza, é que viver na Hungria com ele é no mínimo muito
melhor. Obrigada pelo melhor boneco de neve do mundo, amigo! <3
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