[English version below]
Cheguei ao aeroporto para esperar meu amigo com muita ansiedade. O voo dele estava marcado para chegar ao final da tarde, pouco tempo antes do último ônibus para Essaouira sair de Marrakesh. O seu avião pousou e vi que ele estava acompanhado de outra pessoa que também iria para o GnaouaFestival – objetivo da ida ao Marrocos.
Éramos nós três tentando descobrir como chegar na estação de
ônibus. Por fim pegamos um taxi que nos levou até lá. Para variar cobrou tudo o
que podia, mas a gente não tinha muito tempo pra negociar.
O ônibus demorou cerca de 3 horas para chegar lá, com
direito ao motorista parar no caminho pra fumar o seu cigarro. Quando chegamos
em Essaouira já era noite e a cidade estava lotada. Precisávamos de um lugar
pra ficar, mas os contatos com couchsurfers foram em vão: tinha muita gente por
lá.
Conseguimos um albergue, deixamos nossas coisas e saímos
para ver um pouco do festival e comer. De graça, num lugar bem amplo dentro da Medina,
músicos tocavam um som magnífico e as pessoas dançavam muito. Fomos comer num
pequeno restaurante onde um músico estava a tocar. Tinha uma revista do
festival passado na mesa e começamos a olhar. De repente aparece a foto de nada
mais nada menos do que o cara que estava a tocar no restaurante! Compramos um
CD, é claro!
No dia seguinte estávamos no albergue e conhecemos - graças ao adesivo do CouchSurfing do meu
laptop – dois marroquinos muitíssimo gente boa. E através dele encontramos
outros couchsurfers que estavam em Essaouira.
Saímos para comprar algumas
coisas pela Medina quando algo super trágico aconteceu. Eu estava caminhando no
meio de bastante gente quando um grupo de crianças veio correndo atrás de mim
dizendo diversas palavras em árabe e “câmera, câmera”. Chamei meu amigo
marroquino para entender o que eles diziam, e por fim descobrimos que eu havia
sido furtada por um casal. O homem abriu a minha bolsa e a mulher tirou a minha
câmera – motivo pelo qual perdi as fotos de Paris e Marrakesh. Me senti muito
mal na hora pois já viajava a tanto tempo e ia ser roubada logo na minha última
semana. Depois descobri que na verdade não somente minha câmera, eles haviam
levado meu cartão de dinheiro, meu pendrive com diversas informações sobre a
minha viagem e o celular do meu amigo que estava usando na França.
Passada a depressão, com a ajuda de quem estava comigo
(obrigada Richi, demais) continuei a me divertir, consegui diversas fotos de
duas câmeras e seguimos aproveitando a cidade. Era simplesmente algo que
poderia acontecer em qualquer lugar. Compramos peixe e camarão fresco e pedimos
para um restaurante preparar: uma delícia!
Saímos a noite para um barzinho com música ao vivo e tocaram
até “nossa, nossa assim você me mata” em português! O engraçado é que nesse
lugar a gente não podia ficar tirando foto, pois o segurança não deixava.
Entendemos que era por conta das pessoas bebendo e etc – o Marrocos é um país
de maioria muçulmana.
No dia seguinte passeamos pela Medina, fomos à praia, vimos
um grupo de marroquinos gingando capoeira na praia. No Marrocos as pessoas amam
o Brasil. Saímos nesse dia com a minha bandeia e foi um sucesso. No dia do meu
voo de volta para Paris perdemos o ônibus para irmos para Marrakesh, então cheguei
lá a tempo apenas de ir para o aeroporto.
Quando chegou o momento de ir embora e eu estava com uma
mistura de sentimentos: cansada, triste e feliz por voltar para casa, com
saudades de tudo o que havia vivido. Tinha mais 2 dias em Paris, mas no dia em
que entrei naquele taxi em Marrakesh para ir embora, chorei sentindo algo que
não tem explicação: gratidão. Com toda a certeza de que Marrocos é bom pro
coração. E sim, estava orgulhosa de mim, de até onde eu havia chegado.
Aconteceu em 06/2012
[English vesrion]
Essaouira, Morocco:
Good for the heart.
I went to
the airport to wait my friend anxiously. His flight was schedule to arrive in
the end of the afternoon; just few moments before the bus leave Marrakech to
Essaouira. The plane landed and I saw he was with someone else, who was about
to go to Gnaoua Festival – our main objective in Morocco.
We were
three people trying to find out how to go to the bus stand. In the end we took
a cab that charged much more that we should pay, but we didn’t have time to
negotiate.
The bus
took around 3 hours to reach there including the time the driver stopped to
smoke. When we arrived in Essaouira it was already night and the city was
crowded. We needed a place to stay, but the couchsurfers contacts were in vain:
the city was full of people.
We got a
hostel, dropped our stuff and went out to enjoy the festival and eat. In a big
space inside the medina – free entrance – musicians played a great sound and
people were dancing a lot. We went to a small restaurant to eat, and there was
a musician playing. We saw a magazine about the last year festival on the table
and we started to look it. Suddenly we saw a picture of the guy that was
playing in the restaurant! We bought a CD, of course!
In the day
after, we were in the hostel and we met – cause of my couchsurfing sticker on
my laptop – two amazing Moroccan. And through them, we met others couchsurfer that were in Essaouira. We went out to buy some stuff around the Medina when a sad
thing happened. I was walking through a lot of people when a group of kid started
to run behind me saying some words in Arabic and “camera, camera”. I called my
Moroccan friend to try to understand what was going on and we discovered that I
was robbed. The man opened my bag and the woman took my camera – that’s why I don’t
have the pictures of Paris and Marrakech. I felt sad that time because I was
traveling safely for a long time to be robbed in the last week. After I
discovered that not only my camera, they took my money card and my pen drive
with a lot of information about my trip and my friend’s cellphone I was using
in Paris.
The sad
moment passed thanks people I was with (thank you so much, Richi!) I continued
to have fun, I got pictures from 2 cameras and we just enjoyed the city. It was
something that could happen in any place in the world. We bought fresh fish and
shrimps and asked a restaurant to cook it: delicious!
We went out
in the night to a bar with live music and they played “nossa, nossa assim você
me mata” in Portuguese! The funny thing was that in this place we couldn’t take
pictures because the security guy always was there to say it was forbidden. I thought
it was because Morocco it’s a Muslim country, so drinking is forbidden.
In the day
after we walked around the medina, went to the beach and saw a group of
Moroccan playing capoeira. In Morocco people love Brazil. In this day we went
out with my Brazilian flag and it was a success. In the day of my flight back
to Paris we lost the bus from Essaouira to Marrakech, so I arrived there just
in time to go to the airport.
At the time
to go, I was with a lot of mixed feelings: tired, sad and happy because I was
coming back home, with “saudades” of what I lived. I had more 2 days in Paris,
but in the day I entered in that taxi in Marrakech to leave, I cried feeling
something without explanation: gratitude. For sure, Morocco is good for the
heart. And I really was proud of me, of how far I had come.
Happened in 06/2012
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